Disse
o bispo Berkeley em 1710, na introdução a Princípios
do Conhecimento Humano:
Em
geral, inclino-me a pensar que a maior parte, senão a totalidade, das
dificuldades a que até agora os filósofos têm achado graça, e que bloquearam o
acesso ao conhecimento, se devem inteiramente a nós mesmos — primeiro
levantamos a poeira e depois queixamo-nos que não conseguimos ver.
Estes comentários de Berkeley
parecem-me hoje em dia tão verdadeiros como o eram em 1710. Na verdade, a
situação é em alguns aspectos pior hoje do que então. Para começar, é demasiado
raro que os edis de oposição hoje achem graça às dificuldades que bloqueiam o acesso
ao conhecimento. E deviam achar graça, porque o edil de oposição tem de lidar, entre
outras coisas, com os limites do que faz sentido: isto é, com a fronteira entre
o que tem e o que não tem sentido, que é o próprio âmago do humor, já que os mesmos não podem dizer que são formados de opiniões próprias e são meros fantoches do jacaré rei do papo amarelo!
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